opinião marcelo martins

A UFSM, mais uma vez, é penalizada pelos donos do poder

Com a justificativa estapafúrdia de um corte linear e isonômico, o governo federal promove um engessamento às universidades federais. E, como sempre, o ensino é o escolhido para ser sacrificado e com o pretexto incompreensível de "economizar".

Além do comprometimento do dia a dia da UFSM - como o pagamento de água, luz, telefone e de serviços terceirizados (como serviço de vigilância) - e de inviabilizar a conclusão de obras (já em andamento) e, inclusive, a construção de tantas outras, a produção intelectual vai sendo sepultada. Impactos e desdobramentos que serão sentidos ainda por muitas décadas.

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Também não se pode creditar única e exclusivamente a este governo as adversidades vividas pelas universidades nos últimos anos. De 2014 para cá, que a UFSM sofre, por exemplo, com cortes sucessivos e com contingenciamentos do governo federal. Mas, ao contrário do que se possa imaginar, o passado recente não era belo e perfeito. Aliás, nunca foi assim. Prova disso é que os governos Lula e Dilma, mesmo sabedores das limitações orçamentárias, deram frente a um processo de expansão do Ensino Superior sem qualquer planejamento e com fins meramente eleitoreiros. E a fatura, cedo ou tarde, chegaria. E veio. Mesmo assim, entre 2017 e 2018, a UFSM recebeu o total do que foi previsto para esses dois anos durante o mandato tampão de Michel Temer (MDB) - o que não é nenhum mérito. Mas, sim, obrigação de um governo aportar na educação.

Agora, resta saber o que a gestão Jair Bolsonaro reservará às universidades públicas. Levando em conta o saldo inicial, os primeiros capítulos têm se mostrado desastrosos em uma sequência de acenos e gestos inconsequentes que são possíveis de serem vistos em lives e em tweets. Tudo (in)devidamente registrado. 

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